Murro em ponta de faca...Vi num programa de terapia de casal na tv, um casal que vivia junto,só que separado. Ela tinha a vida dela e ele tinha a dele. Chegavam ao cúmulo de ir para o mesmo lugar, na mesma hora cada um em seu carro.Ela sempre tentava investir no relacionamento e ele achava que era perda de tempo. Ele sempre achava que ela era boba em querer estar perto dele e que ficar junto era coisa de gente sem ter o que fazer. No fim do programa, ele nem ligou quando o terapeuta disse que ela estava vivendo aquela relação,sem se relacionar , sofrendo á toa, já que o homem não queria mais ser o par dela na vida.A mulher argumenta que achava que valia a pena porque ela o amava.O terapeuta diz , então, que nada vai mudar, que ela podia ter outra vida e não tinha , simplesmente porque ela não tomava uma atitude .Depois disso, a mulher esperava uma reação do homem com quem legalmente tinha se casado e ele ouviu e não reagiu. O terapeuta, então sai de cena e deixa os 2 e nada acontece e o programa termina assim, do jeito que começou. Não sei o que esta mulher via nesse homem, porque aquele homem não a via mais. Aliás, nem sei porque ele ainda morava com ela. Acho que essa mulher é o típico exemplo de dar murro em ponta de faca. Insistir numa situação sem volta , sem retorno, sem troca , um sacrificio em vão. Não faço aqui apologia ao divórcio, á separação. Dei o exemplo porque nesse caso não tinha mais um casamento, uma pessoa só não faz uma relação. Na vida, a gente tem que saber a hora de sair fora quando não dá mais. Persistir no que nos prejudica ou nos maltrata não é uma decisão das mais sábias. Eu me formei em instrumentação cirurgica, fui trabalhar com uma equipe de angiologia indicada por uma professora. Recém-formada, entrava ás 7 da manhã e não tinha hora de sair. Eram 2 médicos titulares , que quase não operavam , e um residente que operava sempre. Esse residente era muito mal educado,falava de mim, como se eu fosse um ser inferior, na minha frente, dizia que eu lavava os instrumentos muito bem e ria. Durante as cirurgias gritava comigo porque ele ao pegar os instrumentos se furava. Isso acontecia com a outra instrumentadora também,eu já tinha presenciado várias vezes . Então, não era defeito meu. Verdade é que eu achava que devia ficar nessa situação insuportável, achava que eu me firmaria como instrumentadora. Só que numa cirurgia, ele berrou comigo e me destratou e eu não deixo ninguém gritar comigo. Fiz meu trabalho naquela cirurgia, a paciente não tinha culpa de nada. Quando acabou, eu lavei tudo e disse que eu ia embora e ele disse que não ia dar referencias de mim e ainda disse que isso de deixar a equipe assim não era cristão. Eu nem respondi. Saí daquela situação, que não me fazia bem, tirei meu time de campo. Quem dá murro em ponta de faca muitas vezes se acostuma com a dor de tanto esmurrar a faca. Certeza é que quem dá murro em ponta de faca, sempre sai machucado. Sair de um emprego em que o ambiente não está bom,ou de uma situação que é incomoda, depende da nossa atitude. A gente tem que pensar que a vida é curta demais e a gente precisa de qualidade de vida. Não adianta nada ter um emprego em que se perdeu a paixão, um emprego que detona com a saude. Avaliar, pesar bem e decidir o que fazer, se vale a pena todo o sacrificio, se vale a pena viver sem ter vida pessoal. Tem coisas que a gente faz por obrigação, a gente pode fazer isso unindo o útil ao agradável, e o que tem que ser feito se torna mais prazeroso. A vida é agora!! Fazer o que tem que ser feito , fazer o bem , fazer o certo e bem feito, com mais positividade, com mais paixão, é ir em direção contrária ao murro em ponta de faca. É fazer a vida mais saudável e mais feliz. A distâcia entre a realidade e a possibiblidade, o ideal e o real, é somente a mudança de atitude. Isso é dificil, não é impossível.A vida é muito breve, muito curta para que a gente viva sem apreciar a estadia . Nem tudo é festa, mas, também não precisa ser castigo.A gente tem que fazer a vida mais leve antes que a vida nos leve! Viva a vida!!
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