segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

BRIGA DE CACHORRO GRANDE ... EMBATE, CONFLITO...

Briga de cachorro grande ... Bloco cirúrgico é um lugar que o silêncio impera, os leigos pensam assim. Já cantei e já ouvi muita música no bloco cirúrgico. Já presenciei coisas que ninguém acreditaria se eu contasse, rsrsr. A seriedade médica fica de fora do bloco , muitas vezes. Talvez seja um mecanismo de defesa, a música amansa as feras, pelo menos é o que dizem.No bloco cirúrgico, que eu fiz estágio, tinha  um cirurgião de mão,  "famoso" por suas brigas, assim que os novatos chegavam no bloco eram avisados que ele era o "Terror'' do lugar e que deviam ficar longe dele. Eu fui avisada, ao assistir uma cirurgia, ri muito com o médico , papeamos e eu extrovertida , naturalmente me senti a vontade  para perguntar se ele queria fazer parte de uma pesquisa, rsrsr , que estava fazendo rsrsr , sobre os cirurgiões, e ele prontamente se dispôs. Então,perguntei:- Doutor, porque os cirurgiões são tão temperamentais, meio Dr. Jekyll, meio Dr. Hyde? A coitada da chefe do bloco quase teve uma síncope, rsrsr , ficou pálida, mais do que era no seu normal, porque era cardíaca. Ela pensou que eu ia levar uma má resposta, pois era praxe e ainda ia despertar a fúria dele. Mas, ele gostou e me elogiou por eu  falar o que pensava ,me convidou a ficar sempre com ele. E, disse que até que enfim tinha uma pessoa que agia sem medo dele. A Chefe do bloco, me passou o maior ''carão'', e disse que era o tal que brigava e que eu tive muita sorte. Para falar a verdade , ele aprontava com todo mundo e comigo me ensinava tinha a maior paciência. Tudo isso , para contar uma briga desse médico com uma anestesista que por qualquer coisinha chorava e largava o paciente em outras mãos.  Ela era muito querida por todos por ser a  boazinha, a solidária, a que sempre tem consideração, que conversava com todos Um dia, O cirurgião e a anestesista , começaram uma discussão, o bloco cirúrgico ficou em polvorosa. Foi um bate-boca para ninguém botar defeito, desses que quem está no lugar sai de perto e deixa os brigões na arena. Não sei, ao certo, até hoje o motivo da briga porque tudo e nada saia da boca deles como uma avalanche. Uma avalanche de ofensas,tanto de um lado como de outro. Acusações,xingamentos, palavrões... Quem estava em cirurgia só ouvia os gritos, os choros, as vozes dos dois médicos e morria de curiosidade para saber o que estava acontecendo. Quem estava no vestiário, aprontando para entrar no bloco, não sabia se aprontava ou se ficava lá escondido. O caso é que o dia todo, depois da briga, o bloco ficou silencioso. Quem trabalhava no bloco , tentava fingir que isso não tinha acontecido,até para preservar o emprego e a paz do lugar.A questão era que desde esse dia,  o cirurgião e anestesista, nem se olhavam mais, quando um entrava o outro saía do ambiente. A anestesista, de vez em quando comentava na sala de descanso, sobre o cirurgião e a sua má educação, sua falta de finesse. Talvez, ela achasse que eu ia levar a conversa dela para ele , talvez, ela pensasse que como todos lá no bloco, que eu tinha algo ''sobrenatural'' porque eu era a única que ele não brigava. Muita gente me pedia para que eu conversasse com ele sobre a briga e sobre a anestesista para que ele pedisse desculpas a ela. Todo mundo , mesmo sem saber como começou a coisa toda , já achava que ele era culpado. Eu não achava nada, porque a briga começou e nem dava para eu ouvir com clareza, meu coração batia na cabeça e fazia tanto barulho que parecia que ele estava dentro do meu ouvido, tamanha era a minha aflição. Para as pessoas que me pediam para ser intermediária, eu sempre falava, que eu não podia atiçar a onça com vara curta. Me meter em briga de Doutor, pra que? Logo eu, uma simples estagiária de Instrumentação Cirúrgica... De jeito nenhum que eu ia entrar no meio dessa pendenga. Afinal de contas, em briga de cachorro grande, vira- lata fica calado, rsrsr. Eu tinha muitas coisas com que me preocupar do que apaziguar dois ''macacos velhos''. Eu sou da paz, da turma do deixa disso. Então, resolvi ficar de fora, até porque em briga de cachorro grande quem se mete sai mordido.Numa dessas, é cada um com seus problemas. A vida é agora!! A gente tem que viver intensa e plenamente, brigar não vale a pena, tem sempre um jeito civilizado da gente resolver as coisas. Rodar a baiana, fazer barraco não adianta nada, senão, que a gente sempre sai perdendo... Ainda que ganhe a briga,perde a razão, o direito, a educação... Não adianta só reclamar da violência e dizer que é  preciso que a gente viva em paz, a gente precisa de ser mais gentil,menos irritadiço,menos senhor do mundo,mais racional e menos passional.Se a gente quer paz, tem que ter atitude ,porque paz mundial começa na gente !!  Viva a vida !!

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