quarta-feira, 3 de abril de 2013

QUEM NÃO ARRISCA, NÃO PETISCA... CONFIANDO NA SORTE

Quem não arrisca não petisca... Desde muito pequenininha, eu escutava esta frase, como um mantra, como se fosse coisa de muito fantática, como se fosse palavras mágicas. Como se quem as falasse, ganhasse um poder sobrenatural e isso justificasse gastar dinheiro em jogo,dinheiro que faz falta depois. Na praça 7, no centro de Belo horizonte, sempre tinha um cego segurando as ''tirinhas da Mineira'', gritando um nome de bicho , e dizendo que corre hoje o bilhete. Era o zoológico todo , mas parece que sempre tinha uma cobra nessa tirinha, rsrsr  e o cego anunciando parado em uma esquina ou na porta de uma loja:- É a cobra, é a cobra, corre hoje... Como se a cobra pudesse correr ,rsrsr. Meu avó sempre tinha uma tirinha completa, que corria na sexta feira. Ele sempre arriscava, fazia uma ''fezinha''. Feito o jogo, comprada a tirinha da Mineira,meu avó , ficava rico por uma semana. Gastava o latim todo contando vantagens, comprando casas, apartamentos, casas, dando presentes caros,construindo castelos de areia, que sempre eram desfeito ás sextas feiras. Mas, meu avó, que não era persistente com nada, com o jogo persistia. Acho mesmo que o bilhete, apesar de não  lhe dar o prêmio, lhe vendia a ilusão, o sonho de riqueza fácil, a quimera de uma outra vida cheia de privilégios e luxos. Ele ás vezes, pegava a ''tirinha'' e ficava sonhando acordado,horas a fio, e aí, por alguns instantes, era milionário, era poderoso, podia comprar o mundo, tinha  a solução para todos os problemas. O dinheiro que o jogo comeu, ou que meu avô gastou com jogo ,poderia ter em parte feito  os sonhos do meu avô se realizar, caso ele tivesse economizado.Ao longo do tempo, meu avô gastou uma fortuna com jogo e com ela ele poderia ter tido uma vida bem melhor na velhice.Arriscou e petiscou somente na imaginação. A ilusão e o delirio de riqueza que ele comprava no bilhete faziam com que não fosse um desperdício total,acho que era um modo de comprar esperança.Conheço outra pessoa que é assim, joga sempre , gasta muito e faz como meu avô, é rico enquanto o bilhete não corre.Se tivesse economizado o dinheiro do jogo seria rico. Mas... os adeptos  do quem não arrisca não petisca, tem uma visão da vida diferente das dos outros. Eu acho um desperdício ,  tempo e dinheiro jogados fora. Eu nunca joguei, nem rifa, rsrsr . Eu já me arrisquei:- Namorei e casei com um cara completamete oposto a mim, larguei tudo para acompanhá-lo mundo a fora, tranquei o jornalismo, fiz marketing. Me dispus a escrever todo dia durante um ano e consegui. Mergulhei com snorquel, voei no IFLY, decidi enfrentar a mim mesma com todas as consequências disso, ser  mais feliz, sem depender das circunstâncias para isso.Isso sim é arriscar!! A realidade pode ser mais excitante que o sonho.Tomar uma overdose de vida é arriscado, a gente entra num tobogã de emoções, numa montanha russa de acontecimentos,numa esteira em que a gente corre e ultrapassa limites. Entrar de cabeça na vida, arriscar e petiscar de verdade, é bem melhor do que viver de sonho e decepção, de riqueza e pobreza de faz-de-conta. Mas, como cada um sabe de si, tudo é uma questão de escolha.No jogo da vida,ganha quem joga limpo, joga aberto,quem não faz das pessoas peças de um outro jogo. No jogo da vida, a gente tem que quase sempre perder para ganhar, ás vezes a gente acha perdedores que são campeões.Ás vezes a gente acha campeões que não tem nada. No jogo da vida, o arriscado é confiar  nos outros, é fazer e ser parceiro com quem precisa.´No jogo da vida, muitas vezes, a gente tem que saber a hora de ceder a vez, de dar a chance ao outro, de bancar o jogo do outro para que o outro consiga vencer, muitas vezes a gente tem que pagar para ver a vitória daqueles que convivem com a gente. E mesmo perdendo, a gente se sente vencedor por ter bancado um projeto de vida por ter investido nas pessoas. JESUS disse uma vez que quem quer ser grande no conceito DELE,tem que servir o outro. É assim no jogo da vida, afinal, (nisso, eu acredito)quem não vive para servir, não serve para viver. Exemplo disso, é a minha avó, que aguentou o meu avò com os delírios e desmandos dele, que para muitos parece que perdeu, que nesse jogo foi mal sucedida. Ao bancar meu avó, até a morte dele, pagou para ver,cedeu a vez,investiu numa pessoa que nunca lhe deu valor e mesmo assim, não perdeu nem a doçura e nem alegria, por isso, que ela é grande e sempre e para sempre será minha heroína.Se em meios a tantas perdas, ela conseguiu do jeito que deu ser feliz, ela tem mérito, é vencedora, ela não é mulher de petiscos, é mulher de sorver o sabor da vida e de tudo que ela dá, Entrei por uma porta e saí por outra, né?( mas, isso é outra expressão, rsrsrsr) Isso é outra historia... Se for arriscar, é melhor ficar vivo, para fazer da vida algo que valha a pena, fazer isso, de forma que o melhor petisco que a gente tenha, seja fazer o bem. Viva a Vida!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário